A história do Simba e da sua dona Ana Lúcia Mattos começou há um ano, quando ela resolveu oferecer a sua casa como lar temporário para o filhotinho de apenas 2 meses. A família até tentou achar uma casa definitiva para o vira-lata caramelo, mas não teve sucesso. Não tinha jeito, Simba já era deles. Seja por conta de campanhas contra a comercialização de animais ou pela temperamento dócil comum aos cãezinhos sem raça definida (SRD), cada vez mais famílias adotam um novo integrante de quatro patas.
Esse animais são amplamente conhecidos pela sua incrível inteligência! Vira latas muitas vezes são extremamente inteligentes e até mais saudáveis que cães de raça sendo mais resistentes. Não se pode generalizar mas este costumam ser um fator recorrente. Ainda asssim persiste uma indústria de Mercado Canino Comercial. Sendo assim, cabe pedir que não comprem bichinhos pois incentivo muitas práticas ruins para os cães sem citar a grande quantido de animais abandonados.
— Ele é a alegria da casa! Tentamos dar para a adoção, mas eu já estava envolvida. Sou permissiva com coisas que jamais imaginei ser — entrega Ana Lúcia, que se rendeu a Simba e hoje permite que ele suba no sofá e até durma com o filho.
Há quem diga que os vira-latas já se tornaram tão populares, que, como diz o meme, representam mais o Brasil do que futebol e samba. E não é à-toa que o caramelinhos são os mais comuns.
— Essa é uma cor fácil de aparecer nos cruzamentos, acaba ajudando na popularização. Não dá para padronizar, mas eles (os vira-latas) costumam ser mais amigáveis e mais saudáveis— explica a veterinária Bianca Martoni.
A médica ainda afirma que as campanhas de adoção impulsionaram a popularização desses cachorros. Foi em uma dessas que Gemma, de 4 anos, conquistou a sua dona, Maria Vitória, que tenta driblar a mania da cachorrinha de revirar lixo e roubar comida de qualquer canto.

— Quanto mais sujo o lixo mais ela gosta. Rouba comida mesmo quando deixamos no alto. Ela é muito inteligente, também. Os caramelinhos são, sim, os verdadeiros ícones do Brasil!
O alto preço dos cães de raça pura pode fazer alguns tutores acreditarem que eles são superiores aos vira-latas em inteligência, mas não é isso que aponta uma pesquisa feita no Reino Unido. Segundo um estudo realizado pelo Dr. David Smith, do Departamento de Ciências Animais da Universidade de Aberdeen, os cães mestiços têm QI superior aos de seus amigos de raça e por isso são mais ágeis na hora de resolver problemas
Vira-latas possuem melhor desempenho que os de raça em várias funções
O estudo utilizou 100 cachorros em uma bateria de sete testes diferentes. Foram realizadas algumas atividades de busca, em sua maioria envolvendo comida, para testar a habilidade que esses cães teriam para trabalhar na polícia e o resultado surpreendeu muita gente. Segundo David Smith, os testes mostraram que os vira-latas também deveriam ser treinados pela instituição como cães de busca, já que sete entre os dez mais bem-sucedidos eram mestiços.
Outra característica mostrada na pesquisa foi que esses cachorrinhos têm melhor orientação espacial que os de raça, fator que poderia ser de grande ajuda para os cegos que os utilizam como guais. “Isso é muito interessante porque estamos descobrindo que, estatisticamente, cães mestiços são melhores cães-guia”, diz Matthew Bottomley, gerente de uma associação que trabalha com a ajuda animal aos deficientes visuais no Reino Unido.
Cães mestiços costumam ser mais saudáveis que os de raça pura
Outro fator que pesa a favor dos vira-latas é que o excesso de cruzamentos entre consanguíneos (utilizado para criar animais cada vez mais perfeitos) danifica a saúde dos animais de raça pura. “Ter raça pura não melhora em nada a inteligência do animal e o risco de problemas de saúde entre os mestiços também é significativamente menor”, garante o Dr. David Smith, que dirigiu o estudo.
RE: A rigor, não existe diferença entre os vira-latas e os cães de raça. Há, isso sim, vários tipos de inteligência. E certas raças podem se sair melhor em alguns testes. Mas os cachorros que vivem nas ruas, vira-latas ou não, acabam ganhando mais experiência. Sua sobrevivência depende de um certo grau de esperteza. “Eles precisam avaliar se têm chances antes de entrar em uma briga, não podem confiar em qualquer pessoa, têm que escolher o que irão comer e precisam evitar os carros em alta velocidade, por exemplo”, diz Alexandre Rossi, zootecnista, mestre em psicologia e autor do livro Adestramento Inteligente. Outra vantagem é que a mistura de raças os tornam mais resistentes a algumas doenças que atingem cães com pedigree.