O mergulho da morte da sonda Cassini em Saturno


 

Um objeto do tamanho de um ônibus passou sobre as nuvens do planeta Saturno na última sexta feira e explodiu em milhões de pedaços, brilhando como um meteoro em seus céus.

Esse objeto foi a nave espacial Cassini, da NASA, que mergulhou para sua morte.

Mas não é necessário ter ido a Saturno para observar o evento: a agência espacial norte-americana transmitiu ao vivo.

Telescópios comuns não viram a missão de US$ 3,26 bilhões chegar ao fim.

A NASA TV disponibilizou dois links online para espectadores acompanharem ao vivo as etapas finais da Cassini sexta-feira, 15 de setembro.

A NASA não consegue ver a sonda destruída a mais um bilhão de quilômetros de distância. No entanto, mostrou uma animação da posição da Cassini.

A agência espacial esperou que o último sinal – e a confirmação da destruição da sonda – chegasse à Terra em torno das 7:55 am EDT (ou 8h55, horário de Brasília).

 

 

Missão e morte

A NASA lançou a Cassini em direção a Saturno em 1997. A sonda chegou no planeta em 2004 para estudá-lo, nos proporcionando muito conhecimento e belas imagens.

A razão pela qual a NASA está destruindo a sonda é justamente a descoberta mais surpreendente que Cassini fez.

Em 2005, a sonda detectou jatos de água saindo da lua de Saturno Enceladus. Mais tarde, voou através desses gêiseres, ajudando a confirmar que a lua esconde um oceano salgado abaixo de sua superfície coberta de gelo. Titã – uma outra lua de Saturno do tamanho do planeta Mercúrio – também pode ter um oceano líquido.

“Descobrir que há um mundo oceânico tão pequeno com uma possibilidade de vida, tão longe do sol – 10 vezes mais longe do sol do que a Terra – abriu nosso paradigma de onde podemos procurar a vida, tanto dentro de nosso próprio sistema solar, quanto nos exoplanetas além”, disse Linda Spilker, membro do projeto Cassini e cientista planetária da NASA.

Esses mundos com água podem ser habitáveis para seres alienígenas, e Cassini está prestes a perder seu propelente, então a NASA não quer correr riscos.

“Por causa da proteção planetária e nosso desejo de voltar para Enceladus, devemos proteger esses corpos para futuras pesquisas”, argumenta Jim Green, líder do programa de ciência planetária da NASA. [BusinessInsider]

,