Astrônomos descobrem um novo objeto misterioso escondido na borda de nosso sistema solar


Pesquisadores anunciaram a descoberta de um corpo planetário de proporções consideráveis nos confins do Sistema Solar, a uma distância do Sol três vezes maior que a de Plutão. É por isso que um ano no recém-descoberto 2014 UZ224 dura mais de um milênio terrestre (mais precisamente, 1.100 anos).
Ele está em uma região repleta de pequenos mundos congelados chamados pelos astrônomos de objetos transnetunianos (TNOs), categoria que engloba os incontáveis e pouco conhecidos astros com órbitas mais distantes que a de Netuno.
Com 635 quilômetros de diâmetro, tem proporções equivalentes a dois terços do planeta anão Ceres — o maior objeto do cinturão de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter. Ainda é cedo para afirmar que o objeto apelidado ‘carinhosamente’ de DeeDee seja de fato um planeta anão. Mas tudo indica que sim, por ter massa e gravidade suficientes para apresentar formato esférico.
Ainda mais empolgante foi o sucesso das tecnologias utilizadas para identificar o astro gélido (com temperatura pouco acima do zero absoluto) e pouco brilhante – já que ele reflete meros 13% da luz solar que recebe. É um indicativo de que podemos estar perto de enfim encontrar o Planeta Nove..
Os primeiros indícios sobre DeeDee surgiram no final do ano passado, quando uma equipe de astrônomos o descobriu através de um telescópio do Observatório Interamericano de Cerro Tololo (CTIO), nos Andes chilenos. O problema é que analisando apenas a luz visível, seu brilho é tão efêmero que seria como observar uma vela na metade do caminho até a Lua. Os pesquisadores ficaram na dúvida se aquilo que observavam se tratava de um mundo pequeno e brilhante, ou de um grande e escuro.
Foi então que as antenas gigantes do radiotelescópio ALMA, também nos Andes chilenos, entraram em cena: por serem capazes de analisar a luz dos objetos astronômicos em comprimentos de onda submilimétricos, elas revelaram detalhes inéditos sobre DeeDee. “O ALMA o localizou muito facilmente, então fomos capazes de resolver a ambiguidade que tivemos somente com os dados óticos”, disse em comunicado à imprensa o astrônomo David Gerdes, da Universidade de Michigan, autor principal do artigo publicado no prestigioso Astrophysical Journal Letters.
A equipe de Gerdes se aproveitou dos dados de uma pesquisa muito ambiciosa chamada de Dark Energy Survey: de 2013 até 2018, o telescópio do CTIO dedicará 525 noites para monitorar um grande pedaço do céu noturno (12%). Por meio do estudo de 300 milhões de galáxias a bilhões de anos-luz da Terra, o principal objetivo do estudo internacional, que reúne mais de 400 cientistas, é entender melhor a energia escura, uma força misteriosa que acelera a expansão do Universo.
Mas de quebra, o levantamento também é um prato cheio para os astrônomos que trabalham na identificação de corpos celestes longínquos como o DeeDee — ele apareceu em 12 das 15 mil imagens feitas na busca inicial.

Nessa etapa, mais de 1,1 bilhão de candidatos a objeto foram localizados, dos quais uma minúscula fração não eram estrelas ou galáxias, mas sim novos astros do Sistema Solar. “Ainda existem novos mundos a serem descobertos em nosso próprio quintal cósmico”, comenta Gerdes. “O Sistema Solar é um lugar rico e complicado.”

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