O Instituto Butantan anunciou sexta-feira, 26, uma vacina 100% brasileira e que irá solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para iniciar os estudos clínicos em voluntários.
A expectativa do Butantan é iniciar os testes da Butanvac, como foi batizado o imunizante, ainda em abril.
Além de fabricar e distribuir a Coronavac no Brasil, o Instituto Butantan está trabalhando em uma vacina contra covid-19 que é 100% brasileira. Chamada de Butanvac, a solução está em desenvolvimento desde 2020, e o órgão de pesquisa pretende iniciar os testes em humanos em breve.
O Instituto Butantan disse que vai pedir aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para realizar testes clínicos com sua nova vacina. Assim, voluntários poderão tomar o imunizante e ajudar no desenvolvimento do medicamento.
Fonte: Marcos Santos/USP Imagens
Os testes que serão colocados para aprovação na Anvisa tem como objetivo assegurar que a vacina é segura e consegue combater o coronavírus de maneira efetiva. Durante as fases 1 e 2 de desenvolvimento, 1.800 voluntários devem tomar a Butanvac.
Caso os resultados sejam promissores, o Instituto Butantan poderá iniciar a fase 3 de testes, que promete imunizar até 9.000 voluntários para garantir a eficácia da vacina brasileira. Se a vacina for aprovada para uso emergencial, o governo de São Paulo pretende produzir cerca de 40 milhões de doses da Butanvac até o final de 2021.
Segundo o governo de São Paulo, a produção da vacina deve começar em maio. Além do Brasil, o imunizante também deve ser distribuído no Vietnã e Tailândia, onde os testes da fase 1 com o imunizante já começaram.
Coronavac segue em aplicação
O Instituto Butantan ressaltou que o desenvolvimento da vacina brasileira não vai atrapalhar a distribuição da Coronavac. O imunizante já teve mais de 22 milhões de doses distribuídas no país e foi a primeira vacina contra a covid-19 a ser aplicada em massa no Brasil.
A Coronavac é feita pelo Instituto Butantan em parceria com a China. O órgão de pesquisa brasileiro realiza a fabricação da vacina no Brasil e recebe os insumos necessários do país asiático.
A distribuição da Coronavac não será afetada pela criação da vacina brasileira.
Fonte: Carl de Souza/AFP
Além de ser desenvolvida com tecnologia do Butantan, a Butanvac também deve contar com fabricação 100% nacional, o que pode acelerar a criação e distribuição do imunizante. Atualmente, o instituto também trabalha para nacionalizar a produção da Coronavac, que será feita em uma nova fábrica no Brasil a partir do segundo semestre.
Vale lembrar que a Butanvac não é a única vacina a ser desenvolvida no Brasil. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) também está trabalhando em um imunizante que pode ser fabricado no país.
O laboratório, ligado ao governo de São Paulo, espera fabricar 40 milhões de doses até julho, após aprovação da Anvisa. As informações são do G1.
“Protocolaremos esse material ainda hoje e vamos dialogar intensamente com a Anvisa para que ela perceba a importância da autorização do início desses estudos clínicos o mais rapidamente possível, para que possamos em um mês e meio, dois meses e meio, terminar essa fase de avaliação clínica e iniciar a produção”, disse o diretor do Instituto, Dimas Covas.
Durante as fases 1 e 2 de desenvolvimento, 1.800 voluntários devem tomar a Butanvac
Segundo Dimas Covas, a Butanvac começou a ser produzida há exatamente um ano, em 26 de março de 2020. O imunizante foi desenvolvido com matéria-prima brasileira e a mesma tecnologia usada na vacina da gripe.
O Instituto Butantan, maior produtor de vacina da gripe do hemisfério sul, é o responsável por fabricar e distribuir a CoronaVac no Brasil.