Cientistas amadores encontraram quatro objetos que serão avaliados como parte da caçada ao hipotético nono planeta do sistema solar.
Os quatro objetos desconhecidos foram descobertos em imagens do céu do hemisfério sul capturadas recentemente pelo telescópio SkyMapper no Observatório de Siding Spring, na Austrália. Mais de 60 mil pessoas aos redor do mundo examinaram essas fotos e fizeram cerca de 5 milhões de classificações, disseram pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália (ANU, na sigla em inglês), que organizaram o projeto colaborativo aberto a leigos.
Astrônomos vão utilizar o telescópio de Siding Spring e outros ao redor do mundo para investigar os quatro objetos, e determinar se são candidatos viáveis a nono planeta. Porém, mesmo que não sejam, a pesquisa ainda assim terá fornecido informações valiosas, segundo membros da equipe do projeto.
“Conseguimos descartar um planeta do tamanho de Netuno a uma profundidade de cerca de 350 vezes a distância entre a Terra e o Sol”, disse o líder da pesquisa Brad Tucker, da Escola de Pesquisa de Astronomia e Astrofísica da ANU, em um comunicado.
“Com a ajuda de dezenas de milhares de voluntários dedicados que examinaram centenas de milhares de imagens tiradas pelo SkyMapper, conseguimos [o que normalmente levaria] quatro anos de análises científicas em menos de três dias”, acrescentou Tucker. “Um dos voluntários, Toby Roberts, fez mais de 12 mil classificações.”
A primeira proposta séria sobre a existência de um nono planeta foi feita em 2014 pelos astrônomos Scott Sheppard e Chadwick Trujillo, que observaram que o corpo recém-descoberto 2012 VP113, o planeta anão Sedna e vários outros objetos muito além de Plutão compartilham características orbitais distintas. Esta coincidência poderia ser explicada por um “perturbador” gigante e invisível que espreita o exterior do Sistema Solar e “puxa” os objetos, disseram Sheppard e Trujillo.
Os astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown reforçaram essa hipótese em janeiro de 2016, quando encontraram evidências de que esse suposto perturbador (que chamaram de Planeta Nove) pode estar esculpindo as órbitas de outros objetos distantes.
Batygin e Brown calcularam que o Planeta Nove – se existir – provavelmente é 10 vezes mais massivo do que a Terra e orbita o Sol em uma trajetória extremamente elíptica a mais de mil unidades astronômicas (UAs) dele. (Uma UA é a distância média entre a Terra e o Sol – cerca de 150 milhões de quilômetros.)
A caçada pelo nono planeta começou, como mostrou o estudo conduzido pela ANU, que envolveu o site de ciência colaborativa Zooniverse.org. A fase de participação pública do projeto já terminou, mas saiba mais sobre ele aqui: https://www.zooniverse.org/projects/skymap/planet-9.
Mike Wall, SPACE.com
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