O Brasil fez manchetes internacionais depois que o céu de sua maior cidade, São Paulo, ficou anormalmente escuro às 15h da tarde de segunda-feira. Embora em grande parte causada por nuvens baixas grossas e uma frente fria entrante, há a sugestão de que a escuridão era composta por nuvens de fumaça viajando das regiões do Amazonas e Centro-Oeste do Brasil.
Nos últimos cinco anos, as florestas brasileiras foram queimadas a uma taxa nunca antes vista. Entre janeiro e 19 de agosto, o país registrou um aumento de 83% nos incêndios florestais no mesmo período de 2018 – com um total de 72.843 ocorrências nos últimos oito meses, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os incêndios também aumentaram em áreas protegidas, com 68 explosões em territórios indígenas e áreas de conservação somente nesta semana.
Não é de surpreender que os incêndios tenham ocorrido com maior frequência em áreas onde o desmatamento também aumentou (os pecuaristas costumam atear fogo a áreas desmatadas que serão usadas para plantações, como soja ou pastagens). O Estudo de Pesquisa Ambiental da Amazônia mostrou que os municípios com maior número de incêndios registrados também foram os que mais perderam vegetação: Apuí (Amazonas), Altamira (Pará), Porto Velho (Rondônia) e Caracaraí (Roraima).
O estado de Mato Grosso – onde as culturas de soja, milho e algodão são a principal fonte de receita – viu o maior número de incêndios. O estado abriga o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães – que já perdeu 12% de sua vegetação – e o Parque da Serra do Ricardo Franco – denominado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Como o governo brasileiro reagiu
Nas últimas semanas, o governo vem enfrentando calamidades após desacreditar os dados de desmatamento produzidos pelo Inpe – uma crise que culminou com a renúncia do ex-diretor do instituto Ricardo Galvão. Mas agora, à medida que a evidência aumenta, até o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, admite que os incêndios estão aumentando.
Mas, fiel ao seu estilo, ele protegeu os produtores agrícolas e culpou erroneamente as ONGs ambientalistas pelo problema. “Pode ter havido – e não estou afirmando isso – ações criminosas dessas organizações para chamar a atenção contra mim, contra o governo brasileiro. Essa é a guerra que estamos enfrentando. Nós faremos o impossível para conter o incêndio criminoso [em áreas protegidas]. ”
30 anos de desmatamento na Amazônia, em imagens e gráficos
Nós compilamos dados do PRODES – o programa do governo para monitorar o desmatamento da Amazônia – e imagens do Google Earth que ajudam a entender os efeitos devastadores da ação humana na maior floresta tropical do planeta.





Via Brazilian Report


Pesquisadores da @NASA confirmaram que seus dados são consistentes com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrando um aumento acentuado no desmatamento na Amazônia nos últimos meses. https://t.co/cB2fCcleeZ