
“Nós tínhamos ossos e até tentamos os dentes, mas não conseguimos tirar nenhum DNA”, contou Chris Tyler-Smith, do Instituto Britânico Wellcome Trust Sanger, em entrevista à New Scientist. “O sucesso veio do osso petroso do crânio, perto da orelha, que continha DNA bem preservado.”
Após compararem os genes do povo de Canaã com os de 99 voluntários do Líbano, os cientistas descobriram que quase 90% do DNA atual dos libaneses é o mesmo da civilização antiga.
Com a revelação, u conto da Bíblia sobre Canaã pode ser colocado em xeque. A escritura hebraica relata que os nativos de Canaã foram aniquilados por invasores das terras, os israelitas. “Há evidências de continuidade substancial na região da Idade do Bronze até os dias de hoje”, falou Tyler-Smith.
Influências da imigração
Tempos após a chegada dos israelistas, alguns asiáticos também teriam invadido a região. No entanto, o DNA deles está em apenas 10% dos libaneses dos dias de hoje.
Tyler-Smith afirmou que isso é surpreendente, dado que o período após a Idade do Bronze tem um registro enorme de conquistas de outros povos. “Parece que eles tiveram um pequeno impacto na composição genética das pessoas na área.”
Ocorrências similares foram mencionadas na Europa, visto que muitos europeus de atualmente têm apenas metade do DNA dos primeiros habitantes do continente.
Ao comparar os genes de Canaã com outros, os cientistas sugerem que o povo tenha surgido entre quatro e seis mil anos atrás. Na época, colonizadores e imigrantes do leste oriental da Mesopotâmia se uniram, o que pode significar que o surgimento dos habitantes de Canaã aconteceu junto com o colapso do Império Acádio, há 4,2 mil anos.