A imagem acima até pode parecer um desenho hiper-realista ou uma pintura muito bem trabalhada, mas, na realidade, se trata do registro mais nítido feito até hoje da Nebulosa de Tarântula, paisagem cósmica a 160 mil anos-luz da Terra.
O registro espacial foi feito recentemente pelo telescópio de rastreamento VST do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), localizado no Cerro Paranal, no deserto do Atacama, no Chile.
O equipamento permitiu que astrônomos e cientistas observassem com mais detalhes do que nunca a região da Nebulosa e os aglomerados estelares que a cercam.
A Nebulosa de Tarântula, também conhecida por 30 Doradus, é a mais brilhante e energética formação estelar do Grupo Local, conjunto composto por mais de 54 galáxias e do qual a Via Láctea faz parte.
Essa nebulosa se estende por mais mil anos-luz e compõe a constelação de Dorado e faz parte da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia-anã próxima da nossa Via-Láctea.
No centro da Nebulosa de Tarântula, encontra-se um jovem e grandioso aglomerado estelar conhecido por NGC 2070, região de explosão estelar cujo núcleo (chamado de R136) contém algumas das estrelas mais massivas e luminosas que se tem conhecimento.
Apesar dessa ser a mais nítida imagem da Nebulosa, a região cósmica já é conhecida desde 1751, ano em que o astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille capturou todo seu brilho pela primeira vez.
Além da Nebulosa, o telescópio da ESO também conseguiu registrar, na mesma imagem, o aglomerado estelar Hodge 301, onde calcula-se que aproximadamente 40 estrelas explodiram como supernovas e liberaram gases ao redor. Um exemplo remanescente de supernova é a superbolha N157B, que cerceia o aglomerado estelar NGC 2060.

Mais abaixo da Nebulosa, está localizada a famosa supernova SN 1987. Ao seu lado esquerdo, também foi identificado o aglomerado estelar NGC 2074.
Já ao centro da imagem é possível encontrar o aglomerado de estrelas e a nebulosa NGC 2071, outra região massiva de formação estelar. À sua esquerda, uma estrutura de poeira escura – chamada de Cavalo Marinho (Seahorse, em inglês) – é passível de ser identificada.
A nebulosa Cavalo Marinho tem uma extensão de cerca de 20 anos luz e é provável que ela desapareça no próximo um milhão de anos. De acordo com astrônomos, isso acontecerá como resultado da luz e dos ventos emitidos por estrelas em formação.
Todo esse panorama cósmico foi possível devido ao uso da câmera OmegaCAM, que contém 256 megapixels e filtros capazes de isolar o brilho vermelho do hidrogênio ionizado.
A captação desta imagem tão nítida foi possível através do uso da câmera de 256 megapixels OmegaCAM e de seus filtros, entre eles um projetado com o objetivo de isolar o brilho vermelho do hidrogênio ionizado.
Via Galileu