O laboratório espacial abandonado pesa quase oito toneladas, mas não deve provocar danos em sua queda. A China afirma que será um espetáculo “esplêndido”, similar a uma chuva de meteoritos.
Segundo a agência europeia, a possibilidade de que uma pessoa sofra o impacto de um pedaço da estação é de 10 milhões de vezes menor que a probabilidade anual de ser atingida por um raio
O módulo Tiangong-1 deve cair na Terra a uma velocidade superior a 26 mil km/h na segunda-feira; Previsão é que queda aconteça no Pacífico, entre EUA e Nova Zelândia
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Porém a ESA, que está administrando a campanha internacional de monitoramento da queda da estação espacial, disse em seu site que o prognóstico continua “extremamente variável”.
A Agência Espacial Europeia (ESA) previu no sábado (31/03) que a estação Tiangong-1, cujos propulsores estão fora de controle desde 2016, segundo o governo da China, entrará na atmosfera neste domingo, por volta das 23h25 GMT (20h25 de Brasília). No entanto já foi anunciado que o objeto cai mais lentamente que o previsto.
‘ESPLÊNDIDA’ CHUVA DE METEOROS
O laboratório espacial abandonado pesa quase oito toneladas, mas não deve provocar danos em sua queda. A China afirma que será um espetáculo “esplêndido”, similar a uma chuva de meteoritos.
Segundo a agência europeia, a possibilidade de que uma pessoa sofra o impacto de um pedaço da estação é de 10 milhões de vezes menor que a probabilidade anual de ser atingida por um raio.
O laboratório espacial chinês fora de controle entrará na atmosfera terrestre nas próximas 24 horas, a uma velocidade superior a 26 mil km/h, antes de desintegrar-se em uma bola de fogo celeste, anunciaram neste domingo as autoridades de Pequim.
— As pessoas não têm que se preocupar — garantiu a agência de engenharia. — Estas espaçonaves não caem violentamente na Terra como nos filmes de ficção científica, mas se transformam em uma esplêndida chuva de meteoros e atravessam um céu coberto de estrelas em seu caminho para a Terra.
PRIMEIRO PASSO PARA UMA ESTAÇÃO ESPACIAL CHINESA
O Tiangong-1, ou “Palácio celeste 1”, foi utilizado para realizar experimentos médicos. O laboratório também era considerado uma etapa preliminar na construção de uma Estação Espacial Chinesa.
Em 60 anos de voos espaciais foram registradas quase 6 mil entradas não controladas na atmosfera de grandes objetos fabricados pelo homem e apenas um destroço atingiu uma pessoa, sem provocar ferimento, de acordo com Stijn Lemmens, analista da ESA.
O calor e a fricção cada vez mais intensas provocarão o incêndio ou explosão da estrutura principal do laboratório. A desintegração desta parte do Tiangong-1 deve acontecer a uma altitude de 80 km.
MAIORIA DOS DETRITOS CAIRÁ NO MAR
A maioria dos fragmentos irá se dissipar no ar e uma pequena quantidade de detritos provavelmente cairá no mar, que cobre mais de 70% da superfície da Terra.
Jonathan McDowell, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, acredita que o Tiangong-1 é a 50º maior objeto fora de controle a cair na Terra desde 1957.
A China investe bilhões de dólares na conquista do espaço. Pequim vê seu programa espacial, coordenado pelo exército, como um símbolo da força do país e planeja enviar uma missão tripulada à Lua no futuro.
O país colocou outro laboratório, Tiangong-2, em órbita em setembro de 2016 e espera transformá-lo em uma estação espacial tripulada em 2022, momento em que a Estação Espacial Internacional não estará mais em funcionamento.
LIXO ESPACIAL
A ESA, que conta com um departamento especializado em lixo espacial, lembrou que a agência chinesa chegou a planejar a reentrada controlada da estação na atmosfera após o término de sua vida útil, mas os propulsores da Tiangong-1 deixaram de funcionar em março de 2016.
A reentrada na atmosfera, portanto, não será controlada e, segundo os últimos cálculos, pode ocorrer entre os 43 graus de latitude norte e os 43 graus de latitude sul, o que abrange boa parte do planeta.
Pela experiência de monitorar este tipo de operação, os especialistas da ESA acreditam que a Tiangong 1 se desintegrará durante a reentrada na atmosfera e que somente algumas partes restarão do processo e chegarão à superfície terrestre, em maior parte coberta de água ou desabitada.
O corpo principal da estação tem 10,4 metros comprimento e é formado por dois cilindros com aproximadamente a mesma extensão, além de dois painéis solares de 3 por 7 metros, cada.
Com menos de 8,7 toneladas de massa, ela é muito menor que outros objetos que entraram na atmosfera de maneira não controlada na história dos voos espaciais, sendo o recorde da estação americana Skylab, que tinha 74 toneladas, e caiu em 1979 no oeste da Austrália.