
Imagine que você fosse uma estrela reluzente toda-poderosa, 25 vezes mais massiva que o nosso Sol, brilhando muito no Universo em uma galáxia a 22 milhões de anos-luz deste pálido ponto azul que chamamos de Terra. Como tudo um dia deve morrer, também chegou a sua hora de se deitar no leito de morte. Mas e se, em seu último suspiro de vida, você tivesse a chance de transmitir aos astrônomos terráqueos um conhecimento que eles não possuíam?
Obviamente estrelas com consciência estão estritamente restritas ao reino da ficção científica. Só que, mesmo sem saber, essa estrela acabou nos mostrando que até 30% das colegas estelares muito massivas podem ter um fim parecido: ao invés de explodirem em uma supernova colossal e depois virarem um buraco negro, como pregam as apostilas de astronomia, elas são mais discretas e nem sequer explodem.
Elas fingem que vão explodir, o brilho aumenta um pouquinho, mas a supernova falha. Entre os anos de 2009 e 2015, astrônomos dos Estados Unidos usaram três grandes telescópios, um de solo e dois espaciais, para monitorar o objeto N6946-BH1. Depois de um estudo minucioso, que descartou todas as outras possibilidades, eles concluíram que a estrela em questão renasceu como um buraco negro sem nunca ter virado uma supernova.
O fenômeno ainda precisa ser melhor estudado, mas pode ser a causa por trás de não se verem muitas supernovas nas galáxias por aí.