Há quase 70 anos atrás, o físico Enrico Fermi, vencedor do prêmio Nobel de Física, fez a pergunta mais famosa de sua vida: “Onde está todo mundo?” Ele fazia referência à vida alienígena inteligente, que ele acreditava existir, já que a Via Lactéa tinha quase 13 bilhões de anos e inúmero planetas que poderiam ser habitáveis.

Desde então, diversos cientistas já tentaram encontrar uma resposta para esse quebra cabeça, o que se transformou no chamado Paradoxo de Fermi. Por exemplo, talvez a Terra seja o único planeta habitável da galáxia, ou o único com vida inteligente. Ou pode ser outras formas de vida alienígena inteligente já estejam nos observando há milhões de anos.

Recentemente, o cientista planetário Alan Stern ofereceu uma nova perspectiva sobre o assunto: pode ser que vida alienígena inteligente esteja espalhada pela galáxia, mas que esteja vivendo no fundo dos oceanos de alguns planetas.

Para dar início à sua teoria, Stern lembra que oceanos subterrâneos, que ficam por debaixo da superfície de planetas, pode ser uma característica comum na Via Lactéa. As Luas Calisto, Ganimedes e Europa, de Júpiter; e Encélado, de Saturno, são alguns exemplos dentro de nosso sistema solar.

Ainda existe a suspeita de que outros oceanos desse tipo existam em outros mundos, com Plutão e a maior lua de Saturno, Titã.

Os oceanos subterrâneos também seriam um ambiente mais estável do que oceanos de superfície, pois teriam o potencial dar mais tempo para a vida alienígena desenvolver inteligência e complexidade, completou Stern.

“Impactos e erupções solares, supernovas próximas, o que você orbita, se você tem uma magnestosfera e se existe uma atmosfera venenosa, nenhuma dessas coisas atrapalharia”, disse Stern.

Só que as camadas ou superfícies que protegem esses ambientes de perigos e mudanças também pode causar o isolamento dessas formas de vida. Por exemplo, como que vida alienígena inteligente conseguirá se comunicar? Se estiverem presos nas profundezas de oceanos, será que eles tem ideia de que existem outros planetas e estrelas na galáxia?

Por fim, Stern lembra que mesmo que esses seres sejam inteligentes o suficiente para construir uma nave espacial, isso seria algo muito complicado, pois seria necessário equipamentos aquáticos para garantir a sobrevivência desses seres, e a água é um elemento muito pesado.

Ainda assim, o cientista lembra que essa é apenas mais uma entre as várias hipóteses do Paradoxo de Fermi e não é uma solução para o problema.

Fonte: LiveScience