Cientistas determinaram a velocidade dos objetos dentro da galáxia NGC1052-DF2 e chegaram à conclusão que formação é desprovida de matéria escura (Foto: Gemini Observatory/NSF/Aura/W.M Keck Observatory/Jen Miller/ Joy Pollard)
Grosso modo, pode-se dizer que a matéria escura é o seguinte: cientistas acreditam que há um material dentro das galáxias que impulsionam o seu movimento, mas como não sabem ainda o que é, definiram esse material como “matéria escura”. Eles também hipotetizam que antes de ter estrelas e planetas, toda a galáxia tinha essa formação em seu interior.
“Encontrar uma galáxia sem matéria escura é algo inesperado porque essa misteriosa substância invisível é o aspecto mais dominante de qualquer galáxia”, disse Pieter van Dokkum, autor do estudo e pesquisador da Universidade de Yale (EUA), em nota.
A descoberta é particularmente importante porque o conceito de matéria escura também está relcionado à explicação dos movimentos das galáxias. No universo, o movimento está relacionado à massa — quanto maior a massa de um objeto, maior a pertubação que ele provocará em seu entorno.
Assim, a velocidade do movimento das galáxias é estimado pela massa dos astros, estrelas, planetas e de outros elementos que a compõem até agora não observados; por isso, a “a matéria escura”.
A Via Láctea, por exemplo, galáxia no qual o nosso Sistema Solar está inserido, possui 30 vezes mais matéria escura que “matéria normal”.
A matéria escura não é somente uma abstração, entretanto. Cientistas têm maneiras de observá-la: seja por meio de sombras; seja por meio de interações gravitacionais com o entorno.
Um dos elementos que mostraram que a galáxia NGC1052-DF2 não possui matéria escura é que as evidências indiretas que indicam a existên cia da matéria escura não foram observadas.
Outros elementos que reforçam a hipótese dos pequisadores:
Cientistas verificaram que os objetos da galáxia se moviam mais lentamente — com isso, uma das possibilidades é que ou a massa no interior da galáxia ou é pequena, ou ela é desprovida de matéria escura.
Em uma segunda fase dos cálculos, os cientistas estimaram que toda a massa da galáxia é correspondente às estrelas visíveis — um indício de que há pouca ou nenhuma matéria escura no NGC1052-DF2.
Além de entender melhor a formação de NGC1052-DF2, uma consequência da pesquisa é que ela trouxe mais evidências para provar a existência da matéria escura. Autores também demonstraram essa misteriosa massa também pode ser separada das galáxias.
“Esta descoberta mostra que a matéria escura é real e tem sua própria existência separada”, disse van Dokkum.
Um outro ponto levantado pela pesquisa é que a descoberta questiona a própria formação das galáxias. Como astronômos acreditam que as galáxias primeiro formaram a matéria escura, antes de estrelas e planetas, a pesquisa traz evidências sobre a possibilidade de haver uma outra maneira pela qual as galáxias se formam.