A vida de Tutancâmon, um dos mais conhecidos faraós do Antigo Egito, ainda é cercada por mistérios. Após analisarem fragmentos de uma armadura encontrada junto da tumba do jovem faraó, pesquisadores sugerem que o monarca teve uma vida ativa e chegou a participar de campanhas militares.
Essa constação contradiz a ideia de que Tutancâmon enfrentava graves problemas de saúde e mobilidade por conta de uma doença congênita: um análise de sua múmia realizada em 2010 revelou que o faraó tinha o pé torto e provavelmente precisava de uma bengala para se locomover.
Em um documentário que será transmitido pela televisão britânica, os pesquisadores da Universidade de Northampton utilizam uma técnica de análise de imagens que reconstrói um objeto a partir de fotografias registradas em diferentes ângulos. Em uma análise inicial, os cientistas verificaram que a armadura feita de couro apresentava vestígios de um uso considerável, sugerindo que Tutancâmon teria vestido o equipamento em um campo de batalha — ainda que não necessariamente tenha participado de uma luta.
Com mais de 3 mil anos de idade, os fragmentos das vestes do faraó foram danificados pelos primeiros arqueólogos que localizaram o sarcófago do monarca, na década de 1920. Tutancâmon fora enterrado no Vale dos Reis, no Egito.
Por décadas, acreditou-se que Tutancâmon havia morrido aos 19 anos com uma pancada na cabeça, o que sugeriria um assassinato. Análises posteriores, entretanto, determinaram que o estrago no crânio aconteceu após sua morte, durante o processo de embalsamento. Um novo estudo identificou que, pouco antes de morrer, o faraó havia quebrado a perna e desenvolvido uma infecção.
Após análises feitas em 2010, pesquisadores descobriram que Tutancâmon nasceu a partir de um incesto entre o faraó Aquenáton e uma de suas irmãs. Relações sexuais entre familiares próximos eram consideradas algo comum entre os membros da realeza no Antigo Egito, o que contribiu para o desenvolvimento de doenças congênitas.