Vida subaquática em Ganimedes? Confirmado o maior oceano do Sistema Solar!


Muito maior do que o oceano da Terra, ele será estudado pela sonda JUICE em breve!

“Acredita-se que o oceano de Ganimedes contenha mais água do que o de Europa”, disse Olivier Witasse, cientista e projetista da futura missão JUICE, da Agência Espacial Europeia (ESA). “Seis vezes mais água no oceano de Ganimedes do que no oceano da Terra, e três vezes mais do que em Europa”.

Em março de 2016, o Telescópio Espacial Hubble da NASA revelou as melhores evidências de um oceano subterrâneo de água salgada em Ganimedes, a maior lua de Júpiter, que por sua vez, é maior do que Mercúrio e não muito menor do que Marte.

Identificar a água líquida é crucial na busca de mundos habitáveis ​​além da Terra, e consequentemente, pela busca da vida como a conhecemos.

 

“Esta descoberta é um marco significativo, destacando o que apenas o Hubble consegue fazer”, disse John Grunsfeld, administrador assistente da Direção de Missão de Ciência da NASA. “Nos seus 25 anos em órbita, o Hubble fez muitas descobertas científicas em nosso Sistema Solar. Um oceano profundo abaixo da crosta gelada de Ganimedes abre novas possibilidades empolgantes para a vida além da Terra”.

Ilustração mostra camadas internas de Ganimedes segundo os cientistas.
Créditos: NASA / ESA         /         Adaptação e Tradução: Galeria do Meteorito

Ganimedes é a maior lua do nosso Sistema Solar e a única que possui seu próprio campo magnético, responsável pela criação de auroras polares (que são faixas de gás eletrificado incandescente e quente que circundam os polos da lua). Por estar muito próximo de Júpiter, Ganimedes também sofre os efeitos de seu potente campo magnético. Ou seja, quando o campo magnético de Júpiter muda, as auroras em Ganimedes também mudam, “balançando” para frente e para trás.

Ganimedes é eclipsado pela lua Europa, que também possui um oceano subterrâneo e será estudada de perto pela missão Europa Clipper em meados de 2020.

Ilustração artística de um orbitador em Europa, que possivelmente será enviado em meados de 2020.
Créditos: NASA / JPL-Caltech

As auroras que ocorrem em Ganimedes, detectadas pelo Hubble, revelam oscilações no campo magnético da lua, que são explicadas pelo calor interno causado pela maré de um oceano a centenas de quilômetros abaixo da superfície.

A missão JUICE irá sobrevoar algumas luas geladas a distâncias entre 1000 e 200 quilômetros, e irá orbitar Ganimedes por nove meses.

O orbitador conseguirá distinguir o que é gelo é o que é material rochoso, permitindo a detecção de reservatórios enterrados. “Ver o subsolo dessas luas com o radar será como uma viagem no tempo, o que irá ajudar a determinar a evolução geológica desses mundos enigmáticos”, disse Olivier Witasse.

No caminho, a nave espacial fará vários sobrevoos em outra lua que também deve ter um oceano subterrâneo: Calisto. “Nós pensamos que Calisto também abriga um oceano subterrâneo, mas os dados disponíveis não estão claros”, disse Olivier Witasse. “O que esperamos fazer é verificar se há um oceano ou não, e se sim, qual sua profundidade”.

A agência espacial russa (Roscosmos) está estudando o envio de um pousador que aterrissaria em Ganimedes, e que seria enviado junto com JUICE. Essa missão, chamada Laplace-P, buscaria, sobretudo, indícios de vida em Ganimedes.

Primeiramente, a humanidade se surpreendeu com a exploração lunar e marciana… em seguida, asteroide e cometas foram visitados… agora chegou a vez dos satélites naturais do Sistema Solar, que diga-se de passagem, são (provavelmente) os objetos mais promissores de todo o nosso sistema.

 

Imagens: (capa-ilustração/DeviantArt/Justtv23) / NASA / ESA / Galeria do Meteorito
06/10/17

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