Um grupo de moradores da Vila Cruzeiro, bairro da zona sul de São Paulo (SP), transformou um grande terreno baldio sem uso em uma praça com horta comunitária, composteira, pista de caminhada, bancos, espaço para cachorros, parquinho para crianças e até mesmo uma mini-floresta com mais de 320 árvores nativas da Mata Atlântica.
O terreno servia como um canteiro de obras para a construção de uma ponte sobre o Rio Pinheiros, que ligava o bairro da Vila Cruzeiro ao Panamby. Com a conclusão da obra, o espaço de nove mil metros quadrados ficou vazio e inutilizável, recebendo apenas um tímido gramado da prefeitura, que logo se tornou um ponto de descarte de entulhos, lixo e venda de drogas.
Dispostos a mudar esse cenário, o casal de arquitetos Sônia Maria da Silva e Marcos Vieira, que mora próximo ao terreno, se uniu a outros moradores do bairro para desenvolver um projeto de uma praça pública. Eles levaram o esboço até a prefeitura, que permitiu sua construção privada (uma vez que estava sem recursos para bancar a obra).
“Nós fizemos o projeto, levamos para a subprefeitura e depois começamos a demarcar o local com barbante e cal mesmo. Já no dia seguinte retiramos a grama de onde ficariam os caminhos”, disse Sônia.
Com a ajuda de dezenas de pessoas, escolas, empresas e pequenos comércios, a iniciativa se tornou viável. Juntos, eles batizaram o projeto de “Nossa Praça”.
De terreno baldio à praça com horta, brinquedos e muito mais!
Os voluntários se dividiram em diferentes frentes: jurídico, contábil, comunicação, patrocínios e, claro, colocando a mão na massa, durante as obras.
As primeiras seções construídas no espaço, feitas com a ajuda de doações de algumas construtoras da região, foram uma horta comunitária e um espaço cercado para cães. “Uma doou os blocos, outra doou a tela, e nós fomos montando aos finais de semana. A turma ainda buscou material de reaproveitamento, como corpos de prova de concreto, que foram usados para cercar os canteiros das hortas. O material é considerado um descarte pela indústria do cimento”, diz Sônia.
“Com isso acontecendo, vieram muitas pessoas queridas que se identificaram com a causa, como a Sueli Rodrigues, que hoje cuida da horta com tanto carinho.”
Pouco tempo depois, a praça ganhou uma composteira, que recebe os materiais orgânicos, como folhas, galhos e podas, se transformando em um rico adubo que volta para a praça e também pode ser utilizado pela comunidade.
Por fim, o grupo instalou três reservatórios de água para irrigação, abastecidos com o auxílio de um caminhão-pipa financiado pelo grupo.
Em oito meses desde o início do projeto, a pracinha já está cheia de vida, com dezenas de moradores praticando esportes, crianças brincando livremente e cachorros passeando.
Nos fins de semana há food-trucks, feiras e eventos abertos com variadas atrações. Foi instalado também um serviço de aluguel de bicicletas e triciclos. Como a ponte Laguna possui ciclovia, é possível pedalar até a outra margem chegando ao Parque Burle Max, um passeio muito gostoso com uma vista privilegiada.
A iniciativa Nossa Praça tem um site que explica mais à respeito do projeto, com uma seção onde você pode participar e até mesmo fazer doações. Também é possível acompanhá-los pelo Instagram.
Você conhece o VOAA? VOAA significa vaquinha online com amor e afeto. E é do Razões! Se existe uma história triste, lutamos para transformar em final feliz. Acesse e nos ajude a mudar histórias.
Fonte: Ciclo Vivo/Fotos: Reprodução/Ricardo Cardim/Nossa Praça